terça-feira, 20 de abril de 2010

Para entender A Marcha

Alguns alunos têm se perdido na multidão de personagens que povoa o livro A Marcha. Muitos têm encontrado também dificuldade para compreender quem são os soldados da "União" (os ianques) e contra quem, afinal, lutam. Assim, ficam aqui, adiantados, alguns esclarecimentos.
O romance se passa no contexto da guerra civil norte-americana, a Guerra de Secessão, que eclodiu nos Estados Unidos entre 1861 e 1865. Essa guerra opôs as regiões do Norte e do Sul do país e teve como um de seus principais focos de conflito a questão da escravidão. Para muitos historiadores, ela também refletiu o desenvolvimento desigual das duas regiões: enquanto a sociedade nortista apoiava-se no predomínio da pequena propriedade, no trabalho livre e no desenvolvimento das manufaturas, a sulista mantinha-se apegada à agricultura de exportação, que buscava expandir, baseada no latifúndio e no emprego de mão-de-obra escrava.
Em 1860, Abrahan Lincoln elegeu-se presidente pelo Partido Republicano. Identificado com as posições abolicionistas moderadas, recebeu forte apoio dos representantes dos estados do Norte, mas foi repudiado pelos do Sul. O estado da Carolina do Sul decidiu então abandonar a União - ou seja, separar-se do resto do país, sendo seguida por outros seis estados que, juntos, formaram os Estados Confederados da América.
Em 12 de abril de 1861, tropas confederadas bombardearam o forte Sumter, na baía de Charleston, Carolina do Sul, que era guarnecido por tropas federais. Era o início da guerra.

Lincoln passou a defender um plano para derrotar os Estados Confederados e obrigá-los a se reintegrarem aos Estados Unidos: formaria um exército enorme e atacaria os rebeldes de todos os lados e ao mesmo tempo. Lincoln apostava que, mais cedo ou mais tarde, a superioridade numérica e econômica do Norte acabaria se impondo.
O pedido do presidente para que os estados fornecessem tropas para enfrentar os confederados acabou levando outros três estados a se declararem independentes da União, entre eles o estado da Virgínia. Àquela altura, ao todo onze estados declaravam-se separados da União: Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Flórida, Alabama, Mississippi, Louisiana, Arkansas, Texas e Tennessee.
A guerra foi arrastada e causou a devastação dos estados do Sul. Deixou um saldo impressionante de mortos: cerca de 624 mil, praticamente o mesmo número de vítimas fatais de todas as guerras das quais os Estados Unidos participaram até hoje. Terminou com a vitória do Norte.

Mais, só na aula...

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