terça-feira, 31 de agosto de 2010

Para aprofundar os estudos - 3os anos: socialismo utópico e socialismo científico

Pessoal, o texto sugerido foi escrito por F. Engels e permite aprofundar um pouco mais a compreensão das ideias socialistas utópicas e do materialismo dialético. Basta clicar no título da postagem. Boa leitura!

domingo, 29 de agosto de 2010

Filmes para a aula de Eleitiva (02 de setembro)

Queridos, abaixo seguem as indicações dos próximos filmes que iremos discutir. O tema dessa semana é "Criminalidade".
Ao escolher o filme, lembrem-se de prestar atenção não só no roteiro, mas principalmente na maneira como o diretor fez uso dos planos, travellings, cortes, luz e sombra, cores, etc.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Brevíssima história do cinema em imagens (das origens aos anos 60)

Atenção: A exibição abaixo foi criada para servir de eixo condutor para a primeira aula do curso "O mundo contemporâneo em câmera e ação". Por conseguinte, as informações oferecidas aqui são bastante incompletas e resumidas, e devem ser complementadas com os registros de aula.


Em 1895, em pleno clima de otimismo que acompanhava a revolução tecnológica e científica do século XIX,  o público se assombrou pela primeira vez com a exibição de imagens em movimento, capatadas pelo cinematógrafo dos irmãos franceses Louis e Auguste Lumière. Os primeiros filmes ainda não tinham argumento, roteiro, nada. A emoção era ver as imagem se movendo para lá e para cá. Isso bastava para espantar e encantar.



O cinema como espetáculo nasceu pouco depois, com o trabalho de outro francês, Georges Meliès. Apesar de jovem, o cinema já começava a se transformar. Ganhou roteiro e até os primeiros efeitos especiais. Abaixo, Viagem à Lua, de 1902.



Já no final de 1910, os norte-americanos começavam a se destacar na produção cinematográfica. David Griffith dirigiu O Nascimento de uma nação em 1915, no qual abordou várias passagens da história dos EUA, em especial a Guerra Civil. O filme ainda provocou muitas discussões, entre outras razões por causa da apologia que  fazia da KKK, organização racista que se opunha à extensão dos direitos civis para os negros nos EUA. Em seus filmes, Griffith lançou mão dos grandes planos, do uso de montagem paralela, dos flashbacks e das ações dramáticas, inovando a maneira de se fazer cinema.



Nos anos 1920 surgem, nos EUA, os grandes estúdios cinematográficos, aplicando ao cinema a lógica da produção industrial. Nascem, nessa época, os estúdios de Hollywood, Paramount e Twentieth Century Fox. Com eles, despontam os primeiros ídolos do cinema, como Rodolfo Valentino, e os grandes comediantes, como Chaplin.



A década de 1930 chegou acompanhada de uma grande crise econômica e financeira mundial. Em meio à Grande Depressão, despontou Frank Capra, cujos filmes levavam a marca do lirismo e do otimismo, valorizando a liberdade individual e a solidariedade. Na mesma época, já com o cinema sonorizado, a Alemanha ganhou crescente espaço na indústria cinematográfica com a escola expressionista. Um dos grandes expoentes desse cinema vigoroso é Fritz Lang. Abaixo, um trailer do incrível M, o Vampiro de Düsseldorf, de 1931, época em que o nazismo estava em ascensão na Alemanha.



Enquanto o expressionismo alemão buscava transmitir estados de espírito humanos, sentimentos e emoções por meio da interpretação artificial dos atores, das distorções de cenário e de recursos de fotografia (sombra e luz, distorção da perspectiva, etc), na recém fundada União Soviética os cineastas se engajavam nos ideias revolucionários e davam origem ao cinema épico soviético. Nele,  a montagem aparecia como recurso para provocar o olhar crítico do espectador ao lhe oferecer a possibilidade de enxergar a realidade a partir de diversos pontos de vista. A cena da escadaria de Odessa, do filme Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisentein, é uma das mais marcantes do cinema mundial e também uma das mais citadas em filmes posteriores, como em Os Intocáveis, de Brian de Palma (1987).



Enquanto isso, na França, onde o cinema nasceu, a grande indústria cinematográfica não havia alçado vôo e a produção filmica ficava por conta de pequenas companhias independentes. Isso favoreceu o desenvolvimento de um "cinema de autor", com estilo pesosal e subjetivo, despreendido das pressões do cinema mais comercial. Um dos representantes desse cinema francês foi Jean Renoir, que dirigiu filmes como A Grande Ilusão (1937).

Nos EUA, as décadas de 1940 e 1950 conheceram a difusão do filme noir, associado, principalmente, às histórias policiais. Como as produções alemãs do período, os filmes noir abusavam das sombras dramáticas, do uso de ângulos incomuns de filmagem e de lentes grande-angulares. Nesse tipo de filme eram comuns as personagens dissimuladas, cujo comportamento se mostrava ambíguo e duvidoso.  O primeiro filme do gênero  foi O falcão maltês, de 1941.



Na Europa, a experiência da guerra abriu as portas para muitos questionamentos e fez serem gestadas novas propostas. Na Itália, o neorealismo voltava-se para o cotidiano de camponeses, operários e pequena burguesia. Usando linguagem simples e poucos recursos, dava preferência às tomadas ao ar livre e às temáticas contestadoras. Um exemplo dessa escola é o filme Roma, cidade aberta de Roberto Rossellini, filmado em 1945, numa Itália destruída pela guerra.



O fim da Segunda Guerra foi acompanhado da afirmação dos EUA como potência internacional. Como reflexo, os filmes norte-americanos consolidam sua posição hegemônica no cenário mundial. É chegado o tempo dos grandes musicais e westerns. O cinema colorido difunde-se nesse período, embora já existisse desde a década de 1930.  A seguir, uma cena clássica com Gene Kelly em Cantando na Chuva, de 1952.




Vários diretores de origem europeia, como o inglês Alfred Hitchcocock, estabeleceram-se nos EUA, onde fizeram carreira. Abaixo, trailer de Os pássaros, um dos meus filmes de suspense preferidos desde criança. Fiquei aterrorizada quando o assiti pela primeira vez, aos 7 anos. Ainda hoje me causa arrepios...

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Enquanto o cinema industrial norte-americano ganhava o mundo, crescia na França uma nova escola cinematográfica, a nouvelle vague, graças à iniciativa de um grupo de críticos cineastas reunidos em torno da revista Cahiers du Cinéma. Entre eles, Françoise Truffaut, Jean-Luc Godard e Alain Resnais.
A principal marca desse cinema foi seu caráter contestatório, de forte viés autoral.  O trecho adiante é do filme  Os Incompreendidos, filmado em 1959. Nele, é contada a história de um pré-adolescente rebelde e desobediente que vive se metendo em confusões. O filme é belo, simples e leve, sem ser piegas. Depois de Trouffaut, os filmes sobre a infância nunca mais seriam os mesmos.



O que vem depois? Fica para a próxima postagem (e aula).

Fonte: Napolitano, Marcos. Como usar o cinema em sala de aula. São Paulo: Contexto